Várias investigadoras do projeto YouNDigital – Jovens, Notícias e Cidadania apresentaram trabalhos no VII Congresso de Literacia, Media e Cidadania, realizado nos dias 27 e 28 de novembro de 2025 na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Dedicado ao tema «Comportamentos, Narrativas e Direitos Humanos», o congresso — uma iniciativa do Grupo Informal sobre Literacia Mediática (GILM) — reuniu académicos, profissionais dos meios de comunicação social, decisores políticos e a sociedade civil para refletir sobre a relevância da literacia mediática na sociedade contemporânea.
No dia 27 de novembro, numa sessão moderada por Inês Amaral, as investigadoras Teresa Sofia Castro, Margarida Maneta e Maria José Brites discutiram o modo como os jovens constroem a sua compreensão do mundo em ambientes algoritmicamente personalizados na apresentação «Os jovens e a sua visão do mundo: Como o constroem em ambientes de personalização algorítmica?”. No mesmo painel, Ana F. Oliveira, em co-autoria, apresentou «Co-criando a Cidadania: O papel das redes comunitárias, da cooperação e da transmissão intergeracional de valores na construção da experiência cívica».
No dia seguinte, 28 de novembro, Maria José Brites juntou-se a Annemieke Akkermans (Lie Detectors), Charles Bradley (Google), Nikki Soo (TikTok) e Telmo Gonçalves (ERC) para a sessão plenária «Narrativas mediáticas ou discursos (des)informados». Moderada por Vítor Tomé (UAL/ISCTE), consultor do projeto YouNDigital, a sessão analisou a transformação das narrativas mediáticas num contexto em que novos atores e formatos esbatem cada vez mais as fronteiras entre factos e opiniões, com implicações significativas para a confiança do público nos meios de comunicação social.
O segundo dia também contou com a participação de Carla Sousa que apresentou, em co-autoria, uma revisão sistemática de literatura sobre gamificação na educação para os media e as suas implicações para o design de plataformas. Além disso, Margarida Maneta e Maria José Brites discutiram a literacia digital entre os idosos em «[Smartphone?] É como ter um Ferrari, mas não ter carta de condução: Pessoas com mais de 60 anos e competências digitais», destacando os desafios e oportunidades enfrentados pelos adultos com mais de 60 anos.
Para encerrar o dia, a investigadora Vanessa Rodrigues também participou numa sessão plenária sobre Media, Jornalismo e Direitos Humanos. Juntamente com Bojan Georgievski (Inclusive and Creative Media Education), Matia Losego (Amnistia Internacional Portugal), Matteo Bergamini (Shout Out UK) e Tiago Carrasco (jornalista), a sessão destacou a importância de promover discursos baseados em valores universais, como a paz e a dignidade humana, face à fragmentação do espaço público e à perda de pontos de referência comuns.
